02 março 2014

QUEM FOI O IRRESPONSÁVEL QUE TRANSFORMOU ÁGUA EM VINHO?

Existe aquele episódio, narrado na Bíblia, em que Cristo faz o que é considerado o seu primeiro milagre, que foi a transformação da água em vinho. É que Cristo havia sido convidado para uma festa de casamento junto com a sua mãe e os seus discípulos. E, por isso, esse episódio é chamado de Bodas de Caná, em que Caná era uma espécie de vila na região da Galileia. O que aconteceu durante essa festa é descrito no Evangelho de João, no capítulo 2, e nos versículos de 1 a 11.

Acontece que no meio dessa festa o vinho acabou. Aí, a mãe de Jesus, preocupada, ao que tudo indica, disse para ele: "Eles não têm mais vinho", então Jesus respondeu: "Que tenho eu contigo, mulher? Ainda não é chegada a minha hora". Mas mesmo falando assim, meio contrariado, Jesus acabou decidindo materializar o tal vinho.

Os versículos 6 e 7 dizem o seguinte:
6
"E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam dois ou três almudes."
7
"Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima."

Essas talhas eram vasos utilizados para armazenamento de água. E esse almude era uma medida de volume, e variava muito de região para região, mais ou menos entre 25 e 45 litros. Mas não é a quantidade exata de vinho que importa. Então, se nós considerarmos que cada talha poderia armazenar em torno de uns 100 litros, é provável que estejamos com uma média bem próxima da medida correta. Como eram 6 talhas de aproximadamente 100 litros cada uma, nós podemos considerar que Jesus produziu um volume de vinho próximo de uns 600 litros nesse milagre. Mas a questão aí é que Jesus, ao transformar água em vinho, fez uma apologia universal e escancarada ao álcool, à embriaguez, a uma das piores drogas que existem e que mais matam. O consumo excessivo de álcool causa dois e meio milhões de mortes todos os anos no mundo. Na minha família mesmo morreram três pessoas por causa da bebida e em estado lastimável. Dois deles, no fim de suas vidas, já na fase terminal, vomitavam pedaços da própria carne, que começou a se dissolver por causa do efeito do álcool. O terceiro teve complicações gastrointestinais bem graves, fez uma operação de última hora, mas não conseguiu sobreviver e morreu pouco tempo depois por causa disso. Se você nunca se deparou com esse tipo de problema na sua vida pessoal, você jamais compreenderá essa minha consternação. A dor é uma coisa que nós só conseguimos avaliar quando ela é sentida em nós próprios.

Então, Jesus, ao transformar esses 600 litros de água em vinho, ele só se preocupou em agradar à mãe dele e aos convidados da festa, para que eles pudessem continuar se embebedando, se entorpecendo, se embriagando; mas no meu entender, ele não teve poder nenhum, nem mesmo ética, nem perspicácia e nem um pingo de responsabilidade para perceber o grande mal que ele estaria fazendo à humanidade realizando esse tal milagre. Será que se a mãe dele gostasse de se embebedar, ele faria esse milagre, sabendo que o vinho produzido por ele mesmo seria usado pela sua própria mãe para ela se embriagar? Eu tenho certeza que não. Mas como o vinho seria consumido por outras pessoas, que talvez ele mal conhecesse, ele esqueceu a sua contrariedade inicial, e não hesitou em realizar essa transformação, esse milagre. 

Não havia a menor necessidade dele demonstrar para os seus discípulos o seu poder nessas circunstâncias. Ele poderia ter feito isso de forma reservada, só na presença deles, transformando uma pequena quantidade, e dado para eles degustarem. É muito fácil diferenciar a água do vinho dando só uma bebericada, sem ser preciso se embriagar, sem toda essa misancene, que envolveu até os serviçais da festa. Agora, uma coisa é certa, aquela notícia deve ter se espalhado rapidinho por toda a Galileia, e deve ter deixado muita gente espantada com aquilo, não só os discípulos. Portanto, se o objetivo de Jesus era fazer um marketing dos seus poderes, ele conseguiu. E, pelo que deu a entender, Maria sabia que ele tinha poder para fazer aquilo; afinal de contas, ele era filho dela, e ela conhecia ele muito bem, como toda mãe conhece o seu filho. Mas, eu ainda não vejo uma justificativa plausível para Cristo ter dado tanta importância a uma banalidade, a uma coisa tão vulgar.

Agora, pensa só uma coisa: não seria lindo se ele tivesse feito o contrário, transformado o vinho em água? Pensa bem. No mínimo, ele estaria sendo ético, o que já seria uma grande coisa. Para esses dois e meio milhões de pessoas que morrem todos os anos, vítimas do álcool, com certeza, transformar vinho em água seria um sacrilégio, um pecado, já que para eles o vinho era uma bebida sagrada, sagrada entre aspas, não é?! E Jesus pode ser um amigão do peito para muita gente, mas ele é um inimigo mortal de todas essas vítimas do alcoolismo. E quem faz apologia ao álcool está perpetuando esse ato criminoso dele. No meio cristão atual, todos nós sabemos que o consumo de álcool não é permitido em hipótese nenhuma, mas isso é porque o moralismo do cristianismo cresceu tanto nesses últimos 2.000 anos que ele acabou se desvirtuando das suas origens, já que para Cristo, por essa ação dele, descrita na própria Bíblia, está claro que encher a cara de álcool, está tudo bem, sem problema, está liberado. Mas nós sabemos, e as pessoas naquela época sabiam também, inclusive Jesus, que a bebida prejudica muito o nosso organismo e a nossa mente.

Deve ser também por isso que o álcool é uma droga lícita até hoje, não apenas devido à tradição, não duvido nada, por causa da enorme influência que tudo que é relacionado a Cristo tem ainda sobre o nosso mundo ocidental. Agora, vai eu, que não tenho poder nenhum, fazer apologia a alguma droga, mesmo ao álcool, vão me crucificar. Mas, como foi Jesus, o filho de Deus, o Todo-poderoso, então está liberado, glorificado e adorado por causa disso. Isso, no meu entender, é ter poder demais e falta do que fazer com ele.

Já que ele tinha tanto poder assim, tanta sabedoria e conhecimento, por que ele não aproveitou aquela reunião e tentou explicar para as pessoas ali, naquele momento, o funcionamento, por exemplo, da lei da gravidade? Assim, ele teria contribuído imensamente para o progresso da humanidade. Mas, ao invés disso, ele preferiu embebedar as pessoas daquela festa.

Para mim, Jesus, certamente, tinha muitos poderes, menos um: Visão a Longo Prazo dos Efeitos Nocivos da Doutrina dele. Dizem que Jesus retornará, e eu gostaria que ele retornasse mesmo, e repetisse essa façanha de transformar a água, que é o principal elemento da nossa sobrevivência, em álcool, o qual é o principal elemento da nossa mortandade. E desse essa bebida alcoólica para algumas pessoas se embebedarem. Aí, eu queria ver se o mundo aceitaria esse milagre novamente com a mesma naturalidade que ele vem sendo aceito até hoje; e queria ver se o mundo continuaria a amá-lo e adorá-lo. Agora, só porque da última vez que isso aconteceu foi há muito tempo, não muda muita coisa, aliás, não muda nada, principalmente para quem tem algum familiar ou amigo que sofre as consequências graves do consumo de álcool, que continua fazendo no nosso corpo o mesmo efeito que fazia há 2.000 anos, quanto a isso não mudou absolutamente nada. Ou seja, continua causando a mesma embriaguez, e os vários outros efeitos nocivos ao nosso organismo. A minha intenção não é recrucificar Jesus, é apenas fazer uma análise crítica, utilizando a lógica e os fatos que nós temos em mãos.

Eu não sou contra a mensagem que Jesus tentou transmitir, muito pelo contrário, eu sou totalmente a favor dela. Eu acho que o que está errado aí é a forma que ele utilizou para transmiti-la, a começar por essas demonstrações de poder paranormal, que foram assimiladas por nós, do mundo ocidental, como milagres. Por que eu digo isso? porque, na realidade, milagres não existem. Levitar sobre o mar, transformar água em vinho, fazer os peixes e os pães proliferarem, curar as doenças das outras pessoas ou ressuscitá-las, são obviamente tarefas que somente uma pessoa muito evoluída e poderosa como Jesus poderia fazer. Mas, esses fenômenos são possíveis porque a natureza desse universo permite que uma pessoa como Cristo possa fazê-lo. Aliás, qualquer um de nós, seres humanos, tem condições de através de certos estudos e práticas, isto é, de treinamentos, desenvolver essas capacidades paranormais. A física quântica está começando a pesquisar e a desvendar esses fenômenos. Por exemplo, o do efeito da oração, da reza, a física quântica já consegue explicar o princípio de funcionamento. Ela mostra que ele é um fenômeno natural, porém extrassensorial, ou seja, está além do que o nosso pensamento cartesiano, que está baseado nos nossos cinco sentidos, pode alcançar. Se alguém conseguir algum benefício para si mesmo ou para outra pessoa, através da reza, não é porque Deus ajudou, não é porque ele respondeu à oração. É a própria pessoa que ora que produz isso, com o seu próprio poder interior, que todos nós possuímos, porque nós fomos criados assim, dessa forma. Isso também pode ser conseguido por meio de exercícios de concentração e de meditação, não é algo místico e nem religioso, é científico. Não é uma benevolência de Deus que olha de uma forma especial para quem está orando, como a maioria acredita. Deus, a inteligência suprema, não ajuda ninguém, ele não interfere mais na sua própria criação, ele deixa as coisas rolarem, ele deixa que o nosso próprio livre arbítrio conduza a nossa vida, e isso tem muita lógica. Nós somos um reflexo do Criador, essa nossa essência divina, vamos dizer assim, na teosofia é chamada de alma ou espírito, na filosofia é chamada de mônada, no hinduísmo é chamada de atman, e na física quântica é chamada apenas de consciência. Segundo o espiritismo e toda a linha oriental, essa essência, que é autoconsciente, sem forma e indivisível, encarna e desencarna inúmeras vezes no mundo material para atender ao princípio da evolução, do aprendizado, até chegar a um nível evolutivo tal que não precise mais depender desse processo de reencarnação, que é bem primário, e possa então continuar se desenvolvendo em outras dimensões menos densas e menos sofridas do que essa em que nós vivemos atualmente.

Para mim, milagre mesmo, seria alguém conseguir fazer com que 2 + 2 fosse diferente de 4, que fosse 3 ou 5, por exemplo. Pode ter o poder que for, que ninguém, nem mesmo Cristo, conseguiria fazer isso. Essa característica matemática é um "default" do nosso universo, que já está definida desde que o nosso Criador estava lá na prancheta ainda, quando ainda quase nada havia sido definido, nem mesmo a simples ideia de ser possível a situação de se ter uma coisa do lado de uma outra coisa qualquer. Não tinha definição de nada ainda. E para alterar isso, teríamos que projetar e construir um novo universo, bem diferente desse, com outras leis e outras características. E isso ninguém vai conseguir fazer. Apesar de que, teoricamente, a tendência da evolução seria alcançarmos o nível de deuses, e podermos construir o nosso próprio universo, se assim o desejarmos, com as características que bem entendermos e nos forem possíveis imaginar e realizar. Esse nosso universo é uma máquina, muito engenhosa, por sinal, de formar mundos. Ocorre a explosão inicial, que seria o nosso bigbang, são gerados os astros, o universo se expande, depois se contrai e explode novamente, e fica nesse ciclo eterno. Cada explosão dessas gera uma nova versão de universo, com novas estrelas, novas galáxias e planetas. E Deus está constantemente gerando novas mônadas, novas almas, novas consciências, que utilizarão esse mundo material para evoluir, porque elas são criadas com o seu potencial adormecido.

O mundo oriental encara esses tais milagres de uma forma bem diferente do mundo ocidental; na Índia, então, é visto com bastante naturalidade. A linha do Ioga é muito profícua nisso. Por exemplo, existiu um iogue chamado Babaji, muitíssimo famoso no meio esotérico, que demonstrou, na prática, ter tido até muito mais poderes do que Cristo nos apresentou. O famoso livro "Autobiografia de um Iogue" de autoria do Yogananda, é rico desses casos. O Sai Baba, que conseguia materializar ouro, é um outro exemplo mais recente. Entre os monges do Tibete, levitação, materialização e transformação de matéria, utilizando o poder das nossas mentes, não causa nenhum espanto. Para conseguirmos desenvolver esses poderes, existem técnicas já bem conhecidas mundialmente, mas elas exigem um treinamento muito árduo, com dedicação exclusiva e que, geralmente, consome muitos anos de prática. Mas, nós sabemos que, hoje em dia, no ritmo em que vivemos é quase impossível, para qualquer pessoa normal, fazer essas coisas tendo que se preocupar as 24 horas do dia com o seu ganha-pão. Uma outra exigência fundamental, e aí a coisa piora mais ainda, é a necessidade de se ter um mestre realizado; já que, em noventa e nove por cento dos casos, o poder é transmitido de mestre para discípulo, dependendo isso mais da bondade do mestre e da afinidade que o discípulo tenha com ele do que do seu merecimento. É uma espécie de um networking espiritual. É sabido que Cristo passou um período da sua vida estudando na Índia, o que faz bastante sentido. E é bem provável que os seus poderes paranormais tenham sido desenvolvidos dessa forma.



6 comentários:

  1. Nunca havia parado para refletir sobre esta passagem da bíblia, mas deve ter algum significado e uma mensagem que ainda não captamos. Mas suas obeservações me deixou curiosa para buscar uma resposta plausível!
    Não seria para nos mostrar que devemos ter livre arbítrio também aos excessos???
    Bom, analisarei e buscarei respostas.

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  2. Kkkkk....bom tem o direito de interpletar como queira mas posso te garantir que esta equivocado meu caro .....
    jesus foi convidado e a intenção deste milagre foi mostrar a todos que para haver uma transformação ...tem que haver obediência e subordinação ....e tbm vemos que maria sua mãe ...não pide intersseder ao pai pir nos so jesus .....

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    1. Legal, mas você acha que no meio da bebedeira, neguim tava ligando se Ele era "milagroso" ou não? Queriam mais era aproveitar a "boca livre" e o resto que se dane! No final eles crucificaram-no com ou sem vinho mesmo

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. A Exegese interpreta um texto sem adicionar elementos a narrativa, enquanto a eisegese interpreta o texto com ideias do leitor. Meu caro você precisa respeitar os princípios da interpretação para não falar besteira, e citar texto fora de contexto. Isso que você supracitou é um homicídio as Sagradas Escrituras, e estupro intelectual de sua parte. RESUMO: Você é um BABACA com letras grandes! #PersonaGrata P.S. "Espero que você seja honesto em publicar a minha opinião!" Abraços!

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    1. Você é um bosta? (Clóvis de Barros Filho):
      http://www.youtube.com/watch?v=ffRNXTc0qVw

      Jesus, o crianção:
      http://www.youtube.com/watch?v=NHsSNaYJ6YQ

      Se não sabe quem foi o Waldo, dá uma pesquisada.

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