24 junho 2015

SOCIALISMO: ASSOCIAÇÃO LIVRE DE HOMENS LIVRES

"A propriedade privada tornou-nos tão estúpidos e limitados que um objeto só é nosso quando o possuímos."

"A desvalorização do mundo humano aumenta em proporção direta com a valorização do mundo das coisas."

"As ideias dominantes numa época nunca passaram das ideias da classe dominante."
KARL MARX



"O que o capitalismo está produzindo? O capitalismo é uma produção histórica de uma determinada classe social: a burguesia, proprietária dos meios de produção. Ela tem que se relacionar com quem efetivamente produz, e trazer para perto e organizar esse conjunto de trabalhadores que estava disperso por aí. Resultado: o capitalismo além de produzir produtos materiais  mercadorias , também produz uma nova configuração social, uma nova classe. Marx sugere que se o capitalismo gera uma nova classe que pode se orientar e organizar seus interesses de uma maneira que não tenha compromisso algum com a ordem capitalista, então inexoravelmente em algum momento essa nova classe vai fazer valer a sua capacidade e seus interesses, e vai gerar um outro tipo de sociedade — uma sociedade do tipo socialista em que não se teria mais compra e venda de força de trabalho ou apropriação privada do trabalho. E, tendencialmente, nem existiria mais o Estado, como grande órgão coordenador da sociedade. O socialismo seria a realização inteira da ideia de sociedade, que significaria a associação livre de homens livres, não sujeitos a qualquer tipo de dominação externa."
Prof. Gabriel Cohn




SOBRE KARL MARX E MARXISMO


<<<   na visão do Prof. José Paulo Netto   >>>

José Paulo Netto é Professor Emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (vinculado à Escola de Serviço Social) e um conhecido intelectual marxista brasileiro. Doutor em Serviço Social, Netto se destaca como autor de obras que também apresentam, de forma didática e sem reducionismos, o pensamento marxista; como bem atestam as 10 aulas a seguir.











15 junho 2015

MANIFESTO COMUNISTA

"...Com o desenvolvimento da burguesia, isto é, do capital, desenvolve-se também o proletariado, a classe dos operários modernos, que só podem viver se encontrarem trabalho, e que só encontram trabalho na medida em que este aumenta o capital. Esses operários, constrangidos a vender-se diariamente, são mercadoria, artigo de comércio como qualquer outro; em consequência, estão sujeitos a todas as flutuações do mercado. O crescente emprego de máquinas e a divisão do trabalho, despojando o trabalho do operário de seu caráter autônomo, tiram-lhe todo atrativo. O produtor passa a um simples apêndice da máquina e só se requer dele a operação mais simples, mais monótona, mais fácil de aprender. Desse modo, o custo do operário se reduz, quase exclusivamente, aos meios de manutenção que lhe são necessários para viver e perpetuar sua existência. Ora, o preço do trabalho, como de toda mercadoria, é igual ao custo de sua produção. Portanto, à medida que aumenta o caráter enfadonho do trabalho, decrescem os salários. Mais ainda, a quantidade de trabalho cresce com o desenvolvimento do maquinismo e da divisão do trabalho, quer pelo prolongamento das horas de labor, quer pelo aumento do trabalho exigido em um tempo determinado, pela aceleração do movimento das máquinas, etc. A indústria moderna transformou a pequena oficina do antigo mestre da corporação patriarcal na grande fábrica do industrial capitalista. Massas de operários, amontoados na fábrica, são organizadas militarmente. Como soldados da indústria, estão sob a vigilância de uma hierarquia completa de oficiais e suboficiais. Não são somente escravos da classe burguesa, do Estado burguês, mas também diariamente, a cada hora, escravos da máquina, do contramestre e, sobretudo, do dono da fábrica. E esse despotismo é tanto mais mesquinho, odioso e exasperador quanto maior é a franqueza com que proclama ter no lucro seu objetivo exclusivo..."






04 junho 2015