17 novembro 2014

A FRAGILIDADE DO CRISTIANISMO

"A prova da divindade de Jesus eram os milagres. Mas, se nós formos analisar profundamente o fenômeno, nós vamos ver que Jesus incorre, como tantos outros místicos incorreram, no engano parapsíquico. Esse engano parapsíquico seria não assumir a condição de que o desenvolvimento do parapsiquismo é algo ínsito a qualquer um de nós, é uma capacidade da consciência, é uma manifestação da consciência. Uma vez que você é capaz de se comunicar com dimensões extrafísicas, ou vivenciar uma série de fenômenos que ultrapassam a materialidade do mundo — a condição corpórea —, você faz isso enquanto é um ser que é capaz de desenvolver algo que é inerente à nossa condição. E isso não significa que o que as pessoas chamam de poderes paranormais — ou poderes espirituais, ou fenômenos extrassensoriais —, sejam uma revelação divina, ou sejam milagres; porque eles são coisas que estão dentro do próprio âmbito, da própria capacidade da nossa consciência. Então, muito da religião encontra origem na interpretação falsa de fenômenos parapsíquicos. Jesus atribui tudo o que ele faz enquanto fenômeno parapsíquico ao 'Pai', à figura de Deus, então um poder sobrehumano, e ele não leva os seus seguidores a desenvolver essas capacidades; ou, se ele faz em alguns momentos, é sempre dizendo que esse poder vem do alto. Então, as pessoas não têm condição, ou a possibilidade, de se autodesenvolverem; você sempre tem necessidade, e o cristianismo acabou fincando muito isso na consciência do mundo, de que tudo o que é bom no ser humano tem que vir de outra instância superior, que o ser humano não é capaz por si mesmo de eleger valores, de constituir esses valores e de chegar a uma plenitude — se você faz algo de bom é porque isso você recebeu."
Prof. Marcelo da Luz






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Ou seja, milagres não existem, e são um ledo engano. Levitar sobre o mar, transformar água em vinho, fazer os peixes e os pães proliferarem, curar as doenças das outras pessoas e ressuscitá-las, por incrível que pareça, são fenômenos possíveis de serem realizados por qualquer um de nós, porque a nossa natureza permite isso; desde que se desenvolva essas capacidades paranormais, geralmente através de certos estudos e práticas, isto é, de treinamentos, já bem conhecidos mundialmente. Porém, são treinamentos muito árduos, com dedicação exclusiva e que consomem muitos anos de prática.

Milagre mesmo, seria alguém conseguir fazer com que 2 + 2 fosse diferente de 4, que fosse 3 ou 5, por exemplo. Pode ter o poder que for, que ninguém conseguirá fazer isso. Essa característica matemática é um default desse universo, que já está definido desde que ele foi criado, e ninguém conseguirá modificar isso, nem mesmo Jesus, pois exigiria a construção de um novo cosmos com novas leis e características bem diferentes das atuais.

O mundo oriental encara esses tais "milagres" de uma forma bem diferente do mundo ocidental; na Índia, então, é visto com bastante naturalidade. A linha do Ioga é muito profícua nisso. Por exemplo, existiu um iogue chamado Babaji, muitíssimo famoso no meio esotérico, que demonstrou, na prática, ter tido até muito mais poderes do que Cristo nos apresentou. O famoso livro "Autobiografia de um Iogue" de autoria do Yogananda, é rico desses casos. O Sai Baba, que conseguia materializar ouro, é um outro exemplo mais recente. Entre os monges do Tibet, levitação, materialização e transformação de matéria, utilizando o poder das nossas mentes, não causa nenhum espanto. Já foram realizadas várias experiências controladas em universidades indianas, em que iogues comprovaram esses fatos, como sobrevivência após muito tempo sem se alimentar ou até permanecer enterrado em uma cova. É sabido que Cristo passou um período da sua vida estudando na Índia, o que faz bastante sentido. E é bem provável que os seus poderes paranormais tenham sido desenvolvidos dessa forma.

Jesus Cristo só não teve um poder: visão a longo prazo dos efeitos nocivos da doutrina que ele daria origem.


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