Pare para pensar, e veja só que loucura que é a base da nossa vida financeira: a sociedade inteira, compulsoriamente e muitas vezes sem ao mínimo refletir, coloca todo seu dinheiro nas mãos de meia dúzia de banqueiros oportunistas. E o dinheiro é a coisa mais poderosa nesse mundo capitalista... ou seja, não poderia dar em outra a não ser a formação de uma oligarquia dos bancos. Não é à toa que eles estão temerosos em relação às criptomoedas, que significam o fim deles e desse sistema monetário antiquado, burocrático, ditador e ridículo. E se atente para mais uma coisa: se eles quiserem, podem nos destruir da noite para o dia, é só fechar as torneiras do dinheiro. Mas não se preocupe quanto a isto, pois, para eles, é muito mais vantajoso que nós permaneçamos como mantenedores de suas fortunas e do consequente controle deles sobre o governo com vistas à proteção dos seus interesses.
09 dezembro 2017
26 novembro 2017
100 ANOS DA REVOLUÇÃO RUSSA & 150 ANOS DO LIVRO "O CAPITAL"
Esse ano de 2017 marca para a esquerda duas datas absolutamente importantes. A primeira é o sesquicentenário (150 anos) da publicação do livro 1 do Capital, do Marx, que foi publicado em 1867. E a segunda data é o primeiro centenário da Revolução Russa. Essas duas datas estão profundamente ligadas, a Revolução Russa foi o primeiro experimento social construído à base de uma cultura marxista. A Revolução Russa foi a mais importante revolução do século 20, é ela que inaugura uma nova quadra histórica e que dá a ela um significado único, e qual é esse significado? é possível construir uma nova ordem social que não se apoie na exploração do trabalho pelo capital: constitui-se em novembro de 1917 um Estado dirigido pelo proletariado.
JOSÉ PAULO NETTO
30 outubro 2017
CAFÉ & REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Atualmente, a cafeína é a droga mais consumida no mundo, principalmente no ambiente de trabalho, e o seu consumo dessa forma se intensificou radicalmente a partir da Revolução Industrial, na Inglaterra. Naquela época, a burguesia, percebendo o efeito estimulante do café, incentivou o seu uso pelo proletariado, como alternativa para melhorar a produtividade, e também diminuir os acidentes de trabalho, ao mantê-lo mais desperto durante a labuta naquelas longas jornadas diárias em processos produtivos ainda incipientes e, portanto, muito penosos e insalubres.
fontes:
- Turma do Café
- Why Coffee (Might Have) Caused the Industrial Revolution
- The Caffeine Did It?
- The History of Coffee and How It Transformed Our World
05 junho 2017
ODE AO BURGUÊS
Poema da obra Pauliceia Desvairada de 1922,
de Mário de Andrade (São Paulo, 1893 - 1945)
Ode ao Burguês é o poema mais famoso de Mário de Andrade, no qual ele ataca as elites retrógradas e a mentalidade pequeno-burguesa:
Eu insulto o burguês! O burguês-níquel
o burguês-burguês!
A digestão bem-feita de São Paulo!
O homem-curva! O homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
Eu insulto as aristocracias cautelosas!
Os barões lampiões! Os condes Joões! Os duques zurros!
Que vivem dentro de muros sem pulos,
e gemem sangue de alguns mil-réis fracos
para dizerem que as filhas da senhora falam o francês
e tocam os "Printemps" com as unhas!
Eu insulto o burguês-funesto!
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Fora os que algarismam os amanhãs!
Olha a vida dos nossos setembros!
Fará sol? Choverá? Arlequinal!
Mas as chuvas dos rosais
O êxtase fará sempre Sol!
Morte à gordura!
Morte às adiposidades cerebrais!
Morte ao burguês-mensal!
Ao burguês-cinema! Ao burguês-tiuguiri!
Padaria Suíssa! Morte viva ao Adriano!
— Ai, filha, que te darei pelos teus anos?
— Um colar... — Conto e quinhentos!!!
— Mas nós morremos de fome!
Come! Come-te a ti mesmo, oh! Gelatina pasma!
Oh! Purée de batatas morais!
Oh! Cabelos nas ventas! Oh! Carecas!
Ódio aos temperamentos regulares!
Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia!
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados
Ódios aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,
sempiternamente as mesmices convencionais!
De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia!
Dois a dois! Primeira posição! Marcha!
Todos para a central do meu rancor inebriante!
Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
Morte ao burguês de giolhos,
cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão!
Fora! Fu! Fora o bom burguês!...
de Mário de Andrade (São Paulo, 1893 - 1945)
Ode ao Burguês é o poema mais famoso de Mário de Andrade, no qual ele ataca as elites retrógradas e a mentalidade pequeno-burguesa:
Eu insulto o burguês! O burguês-níquel
o burguês-burguês!
A digestão bem-feita de São Paulo!
O homem-curva! O homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
Eu insulto as aristocracias cautelosas!
Os barões lampiões! Os condes Joões! Os duques zurros!
Que vivem dentro de muros sem pulos,
e gemem sangue de alguns mil-réis fracos
para dizerem que as filhas da senhora falam o francês
e tocam os "Printemps" com as unhas!
Eu insulto o burguês-funesto!
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Fora os que algarismam os amanhãs!
Olha a vida dos nossos setembros!
Fará sol? Choverá? Arlequinal!
Mas as chuvas dos rosais
O êxtase fará sempre Sol!
Morte à gordura!
Morte às adiposidades cerebrais!
Morte ao burguês-mensal!
Ao burguês-cinema! Ao burguês-tiuguiri!
Padaria Suíssa! Morte viva ao Adriano!
— Ai, filha, que te darei pelos teus anos?
— Um colar... — Conto e quinhentos!!!
— Mas nós morremos de fome!
Come! Come-te a ti mesmo, oh! Gelatina pasma!
Oh! Purée de batatas morais!
Oh! Cabelos nas ventas! Oh! Carecas!
Ódio aos temperamentos regulares!
Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia!
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados
Ódios aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,
sempiternamente as mesmices convencionais!
De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia!
Dois a dois! Primeira posição! Marcha!
Todos para a central do meu rancor inebriante!
Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
Morte ao burguês de giolhos,
cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão!
Fora! Fu! Fora o bom burguês!...
13 maio 2017
CRISTÃOS x PAGÃOS
"Os cristãos querem ser tão felizes quanto os pagãos. A diferença é somente que os pagãos transportaram o Céu para a Terra e os cristãos a Terra para o Céu. Finito é o que existe, o que é gozado realmente; mas infinito o que não existe, o que é só crido e esperado.
Os pagãos fazem o que querem, os cristãos o que não querem, aqueles pecam com a sua consciência, estes contra a sua consciência, aqueles simplesmente, estes duplamente... O vício específico dos pagãos é o vício sensorial ponderável da depravação, o dos cristãos o vício teológico imponderável da bajulação..."
Ludwig Feuerbach em A Essência do Cristianismo
Os pagãos fazem o que querem, os cristãos o que não querem, aqueles pecam com a sua consciência, estes contra a sua consciência, aqueles simplesmente, estes duplamente... O vício específico dos pagãos é o vício sensorial ponderável da depravação, o dos cristãos o vício teológico imponderável da bajulação..."
Ludwig Feuerbach em A Essência do Cristianismo
16 abril 2017
O CLUBE PSICODÉLICO DE HARVARD
"O Clube Psicodélico de Harvard: como Timothy Leary, Ram Dass, Huston Smith e Andrew Weil aniquilaram os anos 1950 e conduziram a América para uma nova era"
Esse livro descreve os caminhos que quatro estudantes atravessaram no início dos anos 1960 em um projeto de pesquisa em drogas psicodélicas da Universidade de Harvard, transformando suas vidas e a cultura americana e lançando um movimento espiritual, físico e mental que inspirou a explosão do ensino do Yoga, da agricultura orgânica e da medicina alternativa. Juntos, em uma época de revoltas e experimentação, esses quatro homens e suas explorações de expansão da consciência abriram um precedente para a revolução social, espiritual, sexual e psicológica naqueles anos. Timothy Leary se tornaria o rebelde e primeiro proponente dos benefícios terapêuticos e espirituais do LSD, aconselhando uma geração com sua famosa frase contracultura "Turn on, tune in, drop out" (Se ligue, sintonize, caia fora). Ram Dass seria o buscador que, depois de sua ida à Índia, renasceria como um líder espiritual, inspirador de uma multidão de peregrinos. Huston Smith seria o professor e praticante de todas as religiões, responsável pela apresentação do Dalai Lama para o mundo ocidental e pela educação de gerações de americanos no sentido de adotar uma atitude mais tolerante em relação às crenças de outras culturas. E Andrew Weil seria o curador, líder da medicina alternativa, que devotou sua vida à reforma holística do sistema americano de assistência médica.
fonte: Google Livros
24 março 2017
CAPITALISTAS DE CARTEIRA ASSINADA
"Ninguém é mais escravo do que aquele que se julga livre sem o ser."
— Goethe
São dignos de pena esses "capitalistas de carteira assinada", com salário fixo, isto é, que independe da lucratividade da empresa, mas que, mesmo assim, são ferrenhos defensores do capitalismo. Inconscientes de que são escravizados pela burguesia, esses escravos, de tão alienados, não conseguem perceber que o burguês é um oportunista que aproveita a condição dele de ser um detentor dos meios de produção, e as distorções naturais desse sistema econômico, para explorar o trabalhador e enriquecer às custas da pobreza alheia. Alguns desses escravos vão mais longe ainda nessa submissão cega, e se preocupam e ocupam-se em criar ferramentas de otimizaçao dos processos administrativos e financeiros, em desenvolver inovadoras estratégias de marketing, etc., para aumentar o enriquecimento unicamente dos seus senhores, já que o deles mesmo é geralmente inalcançável. Além disso, direta ou indiretamente, eles propalam o senso comum da sociedade no que tange ao endeusamento do empreendedorismo, sem saberem que, na realidade, estão contribuindo para a perpetuação do escravismo gerado pelo capital. Esse tipo de escravização não difere muito daquele do período colonial, só que agora o senhor dos escravos resolveu não dar-lhes mais casa e comida, achou melhor deixar eles se virarem por conta própria pagando-lhes uma remuneração mensal e invariável, e usando também a artimanha de transformá-los em consumidores. Enquanto esses escravos atuais labutam, a burguesia retém para si a maior parte do lucro, muitas vezes não trabalha, e fica em casa fumando o seu charuto e esperando, sossegada e confortavelmente, o lucro cair em seu colo, da mesma forma como acontecia antigamente. Ou seja, essencialmente, nada mudou, aliás, mudou sim: agora o escravo não tem consciência da sua escravidão.
24 fevereiro 2017
TEORIA MARXISTA DA DEPENDÊNCIA
« O DESENVOLVIMENTO DO SUBDESENVOLVIMENTO »
Uma teoria desenvolvida por uma geração de intelectuais militantes que não elaboravam o pensamento só pelo livre pensar, mas com o objetivo claro de interpretar a realidade para instrumentalizar a luta social. Essa teoria explica por que a economia brasileira, e da América Latina, está condenada, dentro do capitalismo, a ser sempre subalterna ao polo central de acumulação mundial do capital; corroborando a tese de que:
➤ o rico cria o pobre,
➤ o desenvolvido cria o subdesenvolvido,
➤ o subdesenvolvido desenvolve o desenvolvido,
➤ mais desenvolvimento não elimina o subdesenvolvimento.
A Teoria da Dependência é uma formulação teórica desenvolvida na década de 1960 por intelectuais como Ruy Mauro Marini, André Gunder Frank, Theotonio dos Santos, Vânia Bambirra, Orlando Caputo, Roberto Pizarro e outros, e que consiste em uma leitura crítica e marxista não-dogmática dos processos de reprodução do subdesenvolvimento na periferia do capitalismo mundial, em contraposição às posições marxistas convencionais dos partidos comunistas e à visão estabelecida pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).
(Wikipédia)
Vertente Marxista
Nunca será possível passar de uma situação de subdesenvolvimento para desenvolvimento, a não ser com a revolução socialista.
Vertente Weberiana
Estamos na situação de dependência, mas é possível mudar de posição, ou seja, pode haver desenvolvimento capitalista na periferia, e sem vínculo com o socialismo.
CEPAL
A CEPAL é uma das cinco comissões regionais das Nações Unidas e sua sede está em Santiago do Chile. Foi fundada para contribuir no desenvolvimento econômico da América Latina, coordenar as ações encaminhadas à sua promoção e reforçar as relações econômicas dos países entre si e com as outras nações do mundo. Posteriormente, seu trabalho foi ampliado aos países do Caribe e se incorporou o objetivo de promover também o desenvolvimento social.
A Teoria da Dependência surge na década de 1960 para repensar o modelo cepalino, isto é, desenvolvido pela CEPAL, e oferecer uma alternativa de interpretação da dinâmica social da América Latina. Portadora de um método analítico mais sofisticado, ela suplantou com facilidade o estagnacionismo, que havia sido abraçado pelos remanescentes do nacional-desenvolvimentismo, e transformou-se na crítica mais consistente ao desenvolvimento autoritário, que países como o Brasil, a partir de 1964, começaram a aderir.
--<<O>>--<<O>>--<<O>>--<<O>>--<<O>>--
❋ Theotonio dos Santos: livros e artigos para download
Assinar:
Postagens (Atom)