26 julho 2015

KARL MARX NÃO FOI O INVENTOR DO COMUNISMO

"Marx, obviamente, não teria escrito um texto chamado Manifesto do Partido Comunista, se o comunismo não fosse uma doutrina já existente. Posteriormente, os de direita, revelando a ignorância crônica da direita, acusaram Marx de ser o inventor do comunismo; mas ele não o inventou, pois o comunismo já era um movimento até bastante desenvolvido antes de que Marx sequer se aproximasse dele. Por isso, a primeira frase do Manifesto Comunista é 'Um fantasma percorre a Europa  o fantasma do comunismo'; porque evidentemente Marx não estava inventando-o, ele já existia, esse fantasma já tinha uma realidade. O que Marx fazia com o Manifesto era dar a esse fantasma — que era um movimento social, político e etc — um programa político, um sentido, um objetivo histórico e uma orientação política. O que era o comunismo no momento em que Marx redigia o Manifesto? o comunismo era uma maneira de designar um conjunto de doutrinas e, sobretudo, de intenções expressas por grupos de operários e alguns intelectuais que se propunham a subverter revolucionariamente a ordem existente. Também já existia a palavra socialismo, diferenciada do comunismo, que designava algo bastante diverso deste, e, em geral, eram denominados socialistas todos aqueles que tinham algum tipo de preocupação social ou que propunham planos de reforma social para quem a miséria extrema a Revolução Industrial tinha provocado na Inglaterra e que começava a provocar em todos os países da Europa continental, ou pelo menos naqueles nos quais a Revolução Industrial começava a se desenvolver. Esses planos de reforma social ou posicionamentos políticos eram em favor de uma sensibilidade social maior por parte das autoridades, e todas as pessoas que compartilhavam desta teoria ou desses posicionamentos políticos eram genericamente chamados de socialistas; ou seja, poderíamos dizer que o socialismo era uma doutrina oriunda das camadas sensíveis ou bondosas da burguesia, eventualmente da pequena burguesia, e que se propunha a reformar a ordem de coisas existente tornando-a mais suave, fazendo-se algumas leis que permitissem melhorar a situação dos operários, dos camponeses pobres, enfim, de todos os pobres da sociedade. Ao contrário, o comunismo era uma doutrina oriunda basicamente das camadas mais baixas da sociedade, que denominava 'comunismo' a uma ordem em que não houvesse exploração do homem pelo homem; e que, como a palavra indica, se baseava na 'comunidade dos bens', isto é, na abolição da propriedade privada. Enquanto que o socialismo era a manutenção da propriedade privada dos bens introduzindo-se leis sociais que mitigassem os extremos de pobreza, de miséria, de opressão, que essa ordem produzia, o comunismo propunha uma subversão da ordem existente, eliminar a propriedade privada e declarar os bens propriedade comum de toda a sociedade, desta maneira eliminando a exploração."






15 julho 2015

O DESERTO DO CAPITAL

"O Capital, na verdade, é um construtor de desertos; mais do que desertos físicos, espaciais, é um construtor de desertos no âmbito da possibilidade de fazer com que o ser humano, o cidadão, possa se reinventar."
Prof. Alexandre Delijaicov 






A RICA MISÉRIA DO CAPITALISMO

"O Capitalismo, como Karl Marx disse, tem uma função civilizatória; o Capitalismo foi civilizador, criou um mercado mundial que permitiu o aparecimento do homem reconhecendo-se a si mesmo como ser genérico. O Capitalismo criou uma literatura mundial, quebrou as muralhas que isolavam os povos. Mas, essa missão civilizadora, o Capitalismo a desenvolveu de modo bárbaro.

São 7 bilhões de pessoas... Por isso, eu afirmo aqui: essa oligarquia não ultrapassa 500 pessoas, que manipulam a produção e o fluxo de riqueza no mundo hoje. Já pararam pra pensar nisso? Vocês já tinham essa informação? Trata-se de um microscópico universo pessoal que controla o conjunto das riquezas sociais e exerce uma determinante ação planetária que inclusive ladeia as instâncias democrático-formais consagradas no Estado de Direito e que, como demonstra a experiência dos últimos anos, tem introduzido na cena pública um componente corruptor outrora impensável."
Prof. José Paulo Netto